quarta-feira, novembro 05, 2008

À Descoberta de Bali: Cap. V - Uluwatu

Uluwatu....
Não sei até que ponto é correcto começar por esta onda balinesa. Ela merecia sem duvida um destaque maior, pois é de longe a onda rainha desta ilha. Muitos podem desconfiar desta minha afirmação pois Uluwatu não é a melhor onda de Bali, não é a mais dificil e eu nem sequer metade das ondas da ilha surfei por isso eu admito que arrisco ao afirmar que Uluwatu é, sem dúvida, a onda rainha na ilha de Bali.
Vamos ao meu ponto de vista - relembro de um mediocre, mas apaixonado, surfista o que em Bali faz com que sejas dos piorzinhos:
Uluwatu foi a primeira praia a que fui, melhor, a que fomos, nesta nossa aventura. Já muito tinha ouvido e lido sobre esta onda. Sempre "altas ondas", "mesmo fácil", "tubos" e "mesmo comprida" foram as expressões que mais ouvi, por isso era normal que a ânsia daquela manhã fosse muita. Mas de todas as expressões que me tinham dito eu vou acrescentar mais uma: "alta entrada na praia"! A praia tem duas entradas uma mais a sul e outra mais a norte sendo relativamente perto uma da outra geograficamente, mas que a pé fica mesmo longe. Qual das entradas a mais bonita? Não sei dizer. A primeira, que vou chamar a da frente, utilizei poucas vezes pois tem daqueles parques - "parkir" - em que te é impossivel escapar ao pagamento (sendo 10 centimos ou nao) e dá acesso ao prinicipal hotel de Uluwatu sendo a entrada feita por cima da praia dando também acesso directo aos "warungs" encastrados na falésia com as suas esplanadas boas demais pa recusar um pequeno almoço a 2 euros. A segunda entrada é aquela que para mim é a mais mítica. É uma longa descida em escadas (tudo bem enquanto é descida) que permite que vás a admirar a onda por entre dois montes num "V" que dá para uma das melhores partes da onda.
Depois de passares a casa de banho da praia e a zona onde os macacos te roubam, tens aquilo que parece um centro comercial feito em madeira e palha. São surf repairs, lojas de surf, lojas de fotografias e "warungs" (ndr cafés) por todo o lado numa amálgama semi-organizada mas que faz a delícia de todo o surfista que tem quase tudo o que precisa à mão de semear. Escolhes um warung, um surf repair e uma loja de fotos favorita e tás em grandes amizades com o/os donos desses estabelicimentos mas tb podes ter a certeza que os outros não te vão perdoar a "traição". Estou a exagerar claro... se há coisa que reina em Uluwatu é muita tranquilidade.
Vamos agora àquilo que todos os que deslizamos em cima da água queremos ouvir: como é a onda? e o crowd?. Ok ok... já lá vamos. Primeiro resta dizer que de praia, Uluwatu não está muito bem servida sendo que a unica areia que existe é um pequeno areal por baixo dos warungs que fica sem acesso quando a maré sobe. Também destaque para a gruta que é onde entramos para a àgua... uma entrada que há primeira te faz subir a batida do coração e à centésima ainda te faz subir a batida do coração... não por medo, mas por toda a "magia" que envolve esta entrada.
Cá estamos, a onda. Pois, ao contrário daquilo que sempre imaginei, Uluwatu não é uma onda... são várias ondas, vários picos de esquerda, diferentes entre si e que dizem que quando as condições se reunem transforma-se num ondão sem fim cheio de secções diferentes. Não sei por onde começar, até porque me pareceu não haver um consenso com todos os nomes dos picos mas vou enumerar do inside para o outside aqueles que eu percebi onde eram. Então tudo termina no inside numa secção chamada Race Track, rápido, com parede e tubular... se tiveres tomates e velocidade vais tirar tubo certo na maré a vazar e podes desenhar linhas (não grandes manobras) na maré a encher. Segue-se The Peak, aquela que para mim era a secção mais perfeita (e com mais gente claro) de todas: tubo de filme na meia maré e parede pa manobrar na maré cheia desaparecendo na maré vaza. Entre The Peak e Temples fica uma zona com um ou dois picos, dependendo da maré onde normalmente as pessoas estão mais dispersas e na maré cheia podes apanhar ondas até perto da areia. Não sei se há nome pa esta secção mas foi la que passei grande tempo sempre que surfei em Uluwatu. Temples é uma secção que fica longe da entrada pela gruta havendo uma outra entrada que nunca descobri. Dado à remada longa nunca me aventurei por lá mas pareceu-me ser a secção mais comprida e rápida de Uluwatu, o que visto de lado tornava uma visão de filme. Aliás isto é muito comum em Bali: ondas compridas são normalmente muito mais rápidas tornando-se em ondas lindas pa fotografar e filmar, mas dificeis e chatas de surfar quando não tens a velocidade que devias. Para terminar, lá fora quebram Outside Corner e The Bombies... nunca vi estes picos a funcionar plenamente pois nunca apanhei um swell verdadeiramente grande, mas reza a lenda que quando funcionam tornam-se num hino às ondas grandes e perfeitas e todos os picos acima mencionados desaparecem.
Quanto a crowd... bem, esqueçam!! Nunca vi tanta gente dentro de àgua, pior, nunca vi tanta gente a surfar tão bem dentro de àgua!! Os locais surfam pa caralho e não te andam lá a oferecer ondas, os australianos tão na sua mas remam tanto e surfam tanto que uma competição com eles é pa saires frustrado da àgua e os brasileiros, que também tão sempre em grande número, são o tipico brasileiro que conhecemos: ou são os maiores castiços ou é um campeão de jiu-jitsu mal encarado. Mas normalmente o tuga é bem recebido (não fosse essa a nossa arte). Tens de ter montes de paciência, ser rato e discreto. Regra de ouro: quando cais drop a tua credibilidade também cai e fica mais dificil apanhar ondas, mas se fazes uma onda com manobras ou se tirares um tubo... a surfada passa a ser tua. Não há cá manhosices... tens o que mereces, mate!
E chego ao fim deste relato sobre Uluwatu... e ficou tanto por dizer. Esta foi a onda que mais surfei, que mais curti e que mais evoluí na indo! Foi também a onda em que mais caí, mais desesperei e mais mal tratei a prancha. Atenção ao take-off sugante (ver capítulo anterior) e ao coral na maré vaza, na maré cheia é muito tranquilo e nem vale a pena levar botinhas. Foi aqui que o Fernandinho tirou altos tubos e é a onda que eu, o Stuve, o Xico e o Paulinho mais curtimos.
Não percam em breve a próxima onda: Balangan.
Palavras-chave Uluwatu: alta entrada, drop dificil, manobrável, tubos, vários picos, facil de mare cheia, atenção à maré vaza, muito crowd.

sexta-feira, outubro 10, 2008

À Descoberta de Bali: Cap. IV - Reaprender a Surfar

Antes de passar à descrição de todas as ondas que surfei em Bali, quero partilhar - com quem me quiser ouvir - a minha adaptação às ondas balinesas. Acreditem que para um surfista mediano como eu e como a grande maioria do grupo que foi comigo, a adaptação ao surf na indonésia torna-se complicado, inglório e um tanto ou quanto frustrante!
Desilusão.... acho que é este o primeiro pensamento que vem à tona. Acabaste de pagar 1200 euros para atravessar meio mundo em 2 dias, tas preparado pa gastar mais uns 1000 num mês, sempre a pensar que ias encontrar as ondas da tua vida, ias mandar tubões a toda a hora, umas pauladas verticais... bem... não vale a pena! Esquece! Se tas a pensar algum dia em ir para a Indonésia,Bali vá lá porque não tenho a experiência pa falar dos outros sitios, podes ter a certeza que não vais dar um show de surf aos locais.... é precisamente o inverso! Mas já lá vamos... agora quero enunciar quais os aspectos principais que fazem com que Bali te transforme no maior paparuco do século:
Tudo começa na remada...: A primeira grande lição a retirar é que quando remas para uma onda, tens de remar "mesmo" para essa onda, com vontade. Se andas ali como andas cá, a ver quem cai, a remar à ultima e a mandar duas braçadinhas, das duas uma - ou perdes a onda, ou mandas um balde do terceiro andar. Por isso... reaprender a remar, braço bem no fundo, a dar o máximo, mesmo antes da onda tar a tua beira, é fulcral já teres velocidade quando ela chega a ti, porque estas ondas são muito volumosas e passam por ti a 200. Conselho: utiliza uma prancha maior que o normal.
Concentração no drop: Esta parte está obviamente ligada e dependente da remada. Se remaste bem, tens meio caminho andado para fazeres o drop direito... mas atenção não relaxes já porque o drop ainda tem que se lhe diga. Enquanto por cá a maior parte das ondas que surfas empurram-te pa frente quando te vais a pôr em pé, Lá (especialmente em uluwatu) o cenário torna-se diferente... quando te vais a por em pé a onda cava e puxa-te logo para cima e o resultado mais natura é ires de tola sem saberes se vais directo ao coral ou não. Ou seja, entra a 200 na onda e não atrases o drop se não ela vai-te tirar o tapete e vão haver risos no lineup. Mas ok... já tás com os pes na prancha e vês um granda buraco à tua frente: há gente como eu que tem a mania de agarrar o rail à Kelly Slater (tipo eu) pois...mas ali percebes logo que não és o kelly e se não desceres a onda e ganhar velocidade ela vai-te enrolar e mandas uma daquelas à "5 à sec".
O Segredo da Velocidade: Pensa lá quantas ondas aqui não tens que fazer um cut-back logo na primeira manobra. Esquece isso... a não ser que tenhas um motor nas quilhas (mais uns anitos...) só vais estar preocupado em ganhar velocidade. Aqui, o teu jogo de pernas é fundamental mas não suficiente... tens que perceber em que parte da onda consegues ganhar velocidade. Uluwatu não é uma onda super-rapida por isso depois de teres dado umas voltas por outros picos vais notar que consegues surfar muito melhor esta onda; Balangan foi, para mim, das ondas mais curtas que surfei... tive muita dificuldade em conseguir descobrir o sitio certo da onda pa gnahar velocidade... é uma onda muito suspensa, que te prende no topo e que se queres velocidade tens de ir à base, mas invariavelmente a tua onda vai terminar em close out. Impossibles é muito parecido com Balangan mas não te prende tanto, depois de perceberes algumas secções consegues andar algum tempo nela - mas smp a andar pa frente. Ou seja, tem velocidade ou morre a tentar ganha-la!
E por fim, Tomates de Aço: pois inevitavelmente este é um aspecto que tens que ter se realmente queres curtir as ondas à séria. É muito simples: podes ter os outros 3 aspectos que te disse acima e não ter este que nunca vais sentir Bali em pleno mas se tiveres este e nem tanto dos outros arriscas-te a tirar o tubo da tua vida. A questão passa mesmo por aí... não é só remares e dropares a maior do dia (o que não vai acontecer), e nem é tar grande e entrares (embora esse seja o primeiro passo), é quando, estiveres frente a frente com a parede e comçares a vê-la levantar-se demasiado lá à frente meteres pa dentro em vez de acelarares. Mesmo sabendo que provavelmente vais ficar lá dentro e que o teu amparo é o reef de coral, sem esta atitude podes ter a certeza que não vais passar dos chapelinhos. Creio que este foi o ponto que mais me faltou! De todas as coisas uma é certa: se te disseram que foram a Bali e tiraram altos tubos a toda a hora, é simples: tás a ser enganado!
E pronto, estes são os aspectos principais que tens que melhorar para surfares decentemente lá! Posso dizer que tive praticamente uma semana para conseguir fazer uma onda do principio ao fim sem problemas. Mas hoje posso dizer que isso só foi positivo: além de saber que tenho muito por onde evoluir, agora também já sei que existem vários niveis acima de mim (algo que já sabia mas graças a deus tou sempre a acrescentar mais) e só isso permitiu-me subir alguns! É do género "experimentas o mais dificil e vês as coisas bem feitas que quando voltares ao mais fácil já sabes o que fazer". Aconteceu comigo e de certeza com outros.

Daqui vamos partir para o próximo capítulo: Uma breve descrição das ondas que surfei!

Ate lá!

Fotos: 1-Onde é que isto parece rápido? 2-Drop mega concentrado de Francisco P.Basto 3- Ou Toca ou Foge 4 - Fernando opta por dentro, e opta muito bem!

domingo, outubro 05, 2008

À Descoberta de Bali: Cap. III - O choque do Surf

Finalmente todos instalados.... a palavra de ordem era uma só: SURFAR! Para além de todo o cansaço, paciência e sacrificio que a viagem acarreta, ela própria torna-se num "injector" de pica infalível: imagina-te a atravessar o mundo em 48 horas para saberes que vais apanhar altas ondas, melhor... que vais para um dos sítios mais famosos para praticares aquilo mais gostas! Pois é... estavamos assim, a sonhar com as ondas. Para piorar a situação o Fernandinho já tinha ido para àgua surfar um final de tarde em Uluwato numa espécie de surfada-cortesia com o nosso anfitrião João Barbosa. PAUSA. João Barbosa é uma daquelas pessoas que merece pelo menos um parágrafo.

João Barbosa, idade incerta, é (na minha perspectiva) um daqueles eternos aventureiros que vive a vida literalmente no presente e faz questão de tirar partido disso. O carinhosamente aclamado por nós de Capitão Barbosa era o nosso contacto em Bali através do Fernandinho. Acho que nasceu em Lisboa, apaixonou-se por Peniche e por lá viveu até descobrir África, mais propriamente Cabo Verde, onde inevitavelmente se cruzou com o João Guedes (senior) e acabou por viver com o Fernandinho. Já visitou algumas vezes a Indonésia e o seu a vontade em Bali foi peremptório. Arranjou-nos altas instalações a todos com preços de fazer chorar. Com um cabelo comprido de "rabo-de-cavalo" e ao mesmo tempo careca, o Capitão torna-se numa figura dificil de catalogar e dele só se tem a certeza da sua genuinidade. Quando abre a boca as pessoas ouvem sempre à espera de uma frase genial e sábia vinda dos traços da sua cara que devem ter muitas histórias em cima. O João tem um emprego, é fotografo e também escreve. Podem ver na Surf Portugal de Setembro a sua descrição da vitória do Saca ao Kelly. Sem palavras para te descrever Capitão... um grande abraço e um maior obrigado por tudo!


Feitas as apresentações, vamos ao que interessa... 9 de Agosto, 8 da manhã, Uluwato. O Fernandinho já me tinha avisado para o choque que é a vista de Uluwato... Eu proprio tinha uma ideia das revistas e filmes e tava mesmo ansioso para ver ao vivo! Estacionei a mota nas "traseiras" da "praia" e ali no que parece um beco sem saida à umas escadas à direita que se desdobram em mais escadas e escadas.... a vista faz um "V" e imaginem lá o que esta mesmo no meio desse "V"...exactamente: A onda! A primeira visão da onda de Uluwatu foi, e acredito que seja assim com muita gente, um sentimento de alegria-agradecimento-alivio! Não porque a onda seja realmente extraordinaria, mas porque quando vais a descer a escadaria estás a olhar para "Racetracks", o pico de Uluwatu que me pareceu mais regular e uniforme, e que dá a sensação de tarmos a olhar para uma daquelas ondas de filme. Falando assim até parece que a onda não presta, não é isso, só que este foi o primeiro choque em termos de surf que tive: tamos habituados a ver indonésia pelas cameras dos melhores realizadores de surf do mundo com os melhores surfistas do mundo em ondas escolhidas a dedo... ok... se és tu, em Bali, as coisas podem não ser bem assim. Mas já lá vamos. Então lá ia eu a descer as escadas, nervoso por várias razões sendo que uma delas fora o facto de o Nando me ter avisado de macacos que te roubam no caminho (!). Ia com duas pranchas na mão, a olhar para todos os lados... a palavra Tourist e Rookie estava escrita por todos os meus movimentos. Obvio que fui logo assediado por alguns indonecas que mais tarde aprendi que cada um tem o seu negócio. Não me vou adiantar muito em descrever Uluwatu pois tenho em mente um capítulo para cada praia. Vou descrever sim a minha primeira surfada:
Numa coisa não fui apanhado de surpresa - de fora só se via calhau aguçado e coral por baixo de uma leve manta de àgua... eu não sabia que maré estava porque nunca tinha visto aquilo e o Nando só tinha surfado no dia anterior quase no escuro por isso era óbvio que, apesar de bem tentar mandar uns "bitaites", não sabia muito mais que eu. Bem a maré tava quase vaza vim eu depois a saber... o vento estava mesmo muito forte e off-shore e as ondas tavam relativamente pequenas. Posso dizer que me vi aos papeis, mas na altura não liguei muito pois não surfava há mais de duas semanas e tava a surfar numa onda mesmo diferente. Tinha a prancha grande demais para o tamanho por isso só me preocupei em ganhar ritmo de remada, timing de entrada na onda e muito pouco mais, porque também pouco mais conseguia fazer. Mas por mais excitado que eu estivesse tinha de concordar, mesmo na altura, que a onda não parecia nada de especial mas eu ia lá saber que pelo facto de só estarem prai 10 pessoas na àgua significava que aquilo era um dia mesmo mau! De qualquer maneira, fui ganhando confiança e decidi arriscar as maiorezinhas (nao tinham mais de 1 metrinho), e foi nessa mesma altura que comecei a perceber que ali o timing da onda, a maneira como ela quebra e o tipo de remada era completamente diferente daqui! Resultado: Prancha partida na primeira surfada! Pode-se dizer, e rapidamente aprendi, que em Bali não há grandes problemas e quase todos eles têem solução.... então partir pranchas nem sequer é considerado um problema se tiveres dinheiro! E ali tens dinheiro! Imagina o que é saíres da àgua e teres 6 ou 7 Helder's Tropa a trabalharem das 8 Às 18 a arranjar pranchas. Deve ser dos sítios onde arranjam melhor e mais rapido pranchas de surf! Bem... mas tanto express fica caro, mesmo para nós! Lá deixei a minha prancha, que não podia ter tido melhor estreia.
Mas o choque estava instalado... tinha acabado de investir numa viagem de possivelmente mais de 2000 euros para surfar uma onda "nada de especial", em que só conseguia cortar a onda, e mal...ah e ainda parti a prancha! Pelo que vi e senti, ninguem nessa surfada se safou muito bem... mas tudo tinha uma razão de ser! Esta viagem a Bali foi mais uma grande lição de humildade, e quero deixar isso bem patente para quem seguir esta crónica... mas mais pa frente meus amigos! Desculpem o atraso desta crónica meus amigos, mas na quinta há mais....Até lá!

PV



quinta-feira, setembro 25, 2008

Quick Bites!

Pois é pessoal... o blog está de volta!

Como já repararam, com algumas novidades! Agora temos às quintas a rubrica da semana em que vos narro algumas das peripécias que tive em Bali e servirá também de guia a quem pensar ir para lá!
Em breve o blog funcionará em plenas funções, sendo a principal (e a que mais tem estado em falta), comentar o surf aqui por estas bandas! Mas... tudo a seu tempo! Ainda estou a analisar como andam as coisas por cá e quais os efeitos deste verão!
Por agora fica aqui uma graaande sugestão que me chegou à caixa do correio num destes dias. Quando li... tive que reler para ver se era mesmo no porto que isto se ia realizar! Ao que parece a Surf Center com conjunto com a Analog e o café/restaurante/bar Picaba estão a organizar um evento no sábado e que dura o dia inteiro! Eu não estou muito a par da situação, mas parece que so tens que ir à praia de matosinhos de manhã, se não houver ondas (mt provavel digo-vos já) vais até leça.. e aí metes-te mesmo em frente ao fotografo e mandas aqueles manobrões que só tu sabes! Quando saíres está um tal de Paulo (aquele da carrinha preta) à tua espera com uma bandeja de croissants e bebidas... depois voltas pá agua e das mais um show... desta vez pas meninas! À noite, vestes o teu melhor outfit, vais até ao E.T. e o bar da ponta cá de baixo (em frente à baía onde partes a loiça), pedes uma caipirinha, miras umas babes (uns babes pa elas) e OPÁ... és mesmo tu a dar um pauladão em ecrã gigante! e queres saber mais?? se partires mesmo tudo... ainda sais na Onfire! Não... escusas de te beliscar... é mesmo verdade! Melhor dia de surf? nem no continente! Mas isto é só a minha intrepetação da coisa... fica aqui o flyer...! Não deixes de aparecer porque infelizmente cenas destas são raras!

P.S. curtam as novidades: Música escolhida por mim, convertedor de dinheiro, pesquisa google, etc etc... e carreguem na publicidade claro

À Descoberta de Bali: Cap. II - A chegada e o 1º impacto

Como referi no capítulo anterior... Singapura foi o primeiro impacto com a Ásia, o primeiro de sempre para alguns, a repetição para outros! Tudo bem que Singapura é a Ásia para bebés (com muito dinheiro de preferência) e que o aeroporto não equivale em nada a ir visitar o país, mas, como tivemos que oficialmente dar entrada no país e ir buscar as pranchas e malas para depois de novo check in voltarmos para a zona de embarque. Isto serviu para ver muita gente de olhos em bico (literalmente), para provar o ar húmido da rua e, muito importante, para compreender que na Ásia não é só arrozais e ruas em terra... Singapura, por exemplo tá muito à frente da maior parte dos países da Europa.



Posta esta introduçãozinha... vamos ao que interessa, à nossa Indonésia! Tava tudo maravilhado até agora... todos os obstáculos tinham sido bem ultrapassados, e para já o maior inimigo era mesmo o número de horas em que estavamos em trânsito. "Ladies and gentlemen, we are now aproaching Jakarta International Airport, it is 8 pm, local time, the weather is fine and the outside temperature is 27 degrees. Hope you enjoyed travelling with Singapore Airlines. Thank you". "Pessoal 27 graus, é de noite, chegamos!!";"Malta, agora temos de ir a correr buscar as malas e depois descobrir onde é o terminal doméstico, a ver se arranjamos um low-cost ainda hoje". Ainda agora me tou a rir com a nossa ingenuidade! Eu não sei por onde começar por relatar a chegada a Jakarta... mas eu sabia bem onde me encontrava: um país de 3º mundo! Tenho tido a sorte de nestes anos ter visitado alguns países pobres, denominados de 3º mundo, e a verdade é que seja em que continente for eles funcionam de maneira muito similar... e posso-vos dizer que cada vez gosto mais desses países. A anarquia é geral, mas desenvolves um poder intuitivo que não imaginas ter, e cada dia é um dia.

Postos estes pensamentos à parte...aterramos em Jakarta e o 1º passo era resgatar as malas, tudo muito fácil mas com um pequeno pormenor: temos de obter o visto! Ora, a minha experiência já me ensinou que nestes países obter um visto é sempre um 31 e um motivo para seres roubado logo à entrada. O preço já estava afixado: 25 dolares, nada de especial (naquela altura) mas eu vinha com um bixo na cabeça que me alimentara a viagem toda: o visto só dá pa 30 dias e nós iamos ficar 32! Eu sabia q tudo se resolvia com uma nota, mas n sabia nem quanto nem quando, nem onde! "Hey excuse me, i'm staying more than 30 days, how can i get the two extra days?" ERRO! para eles acabei de falar uma lingua desconhecida... a menina aponta para uma frase e diz: "visa, 30 (pirthy) days"! ok...segunda tentativa "look, i stay more! 2 days more, what can i do?" "Pay 25 dolares" "and the two extra?" "how much you want?" isto a fazer o sinal de dinheiro com a maozinha, e eu ja a pensar se o suborno era ali ou nao... mas comecei a pensar para mim "nao vou dar ja ao primeiro que pede" - "No, No pay" "Pay 25 and go talk to the boss" (Lição: há sempre um boss). La passei eu po guichet do boss expliquei a minha situação... o gajo la contou os dias, viu que tava a mais e gravou a frase "Visa only for pirthy(30) days!" e eu tentava explicar q a viagem tava marcada e ele simplesmente cagou! Comecei a reparar que tava a criar uma fila enorme e peguei no visa de 30 dias e fui-me embora, alguém em Bali haveria de saber o que fazer, tinha a certeza q na pior das hipoteses tinha de dar dinheiro a alguém!

O texto vai longo, mas tenham paciencia... leiam por partes se quiserem, só que ainda nem a meio vou e o que se passa agora tem a sua piada. Já de malas na mão (reparar que a minha mala tinha 2 metros e 20 de comprimento assim como a de todos os que surfavam) a saída da zona de embarque. Sabes quando chegas ao aeroporto Francisco Sa Carneiro e sais da zona de embarque e ta tudo muito calmo... no maximo tens os teus pais ou a tua namorada a tua espera? ESQUECE! Nós ali estavamos pior que a selecção nacional se algum dia ganhar o mundial! Saímos e olhamos para a direita: 100 monhés de placas na mão, aos berros e a fazer sons que só eles sabem fazer! "fod*-se!! que é isto?" olhamos para a esquerda: exactamente o mesmo cenário!! Olhamos em frente... 20 guichets de cambio de dinheiro, todos a chamar por ti "here,here, come, come!" Eu não cedi a pressao... tava cheio de dolares, queria rupias pq ng tinha e fui logo ao primeiro... a felicidade na cara do homem era incrivel! Só depois percebi que cada casa tinha a sua taxa de cambio e eu nem reparei o quanto roubado fui! Enfim... a grupo nem esperou por mim e ja tava sozinho! Fui a correr atras deles e ja tavam monhés virados pó Stuve que nc tinha la ido... "Ma Frend, i know youuuu! frrrom last year...come with me ma frend" que risota! A verdade é que ja estavamos mentalizados para nao aceitar nada de ninguem! ALguem ouve falar de um autocarro grátis para o terminal doméstico... não o encontramos! Entretanto um monhé nao nos largava ha 10 minutos e estava só a espera da nossa cedencia! nao demorou muito: "Pessoal, caguem vamos com ele"! O Filme: um jeep, 9 pessoas com malas e 5 sacos de prancha e sem fitas para amarrar no tecto... Solução: 1 a guiar, 2 no passageiro, 5 no banco de trás e 1 no meio das malas! 3 gajos empoleirados nas janelas a segurar as pranchas e carro a 10km/h!! Tudo por 15 dolares (150 000 Rps) a dividir por todos nem 2 dolares... "de borla malta" la fomos... preparados para 10 minutos de viagem... que acabarem por ser 2....! O terminal era tipo a 800 metros! Tudo bem que a pé tinha sido um filme porque não ha passagem mas eram 800 metros!!! Enfim... chulados! Era normal... eramos rookies e eles cheiravam isso!

Tao cansados?? imaginem nós... e o pior vem aí! O avião?? Alguem ouviu falar de um avião as 11 da noite! eram 9! Depois de percebermos que esse avião era no terminal onde tinhamos estado e que tava completamente cheio (ainda assim o próprio policia do aeroporto, dentro do nosso jipe, tentou arranjar na candonga pelo telefone)... era hora de arranjar avião para o dia seguinte de manhazinha! Havia um às 6 da Air Asia mas o guichet dessa companhia tava simplesmente fechado com um boato de que abriria as 4! A Lion Air... a única aberta tinha um as 9.30... "Please, tickets tomorrow 9.30"; "How many?"; "8"; "No tickets, full!"; "Pessoal... nao ha as 9.30... vamos ver a que hora conseguimos mas devemos ter que ir pa um hotel"; "Next flight avaiable?";"two o'clock"; "Pessoal, só ha as duas siga marcar e procurar hotel"; "tickets for two o'clock";"two o'clock full"; "full??But..." a tensão começou a subir. "Next flight?";"you have 4pm, 6pm and 10 pm"; "ok, can you get us hotel?" "uooh, hotels full, all!";"So podes tar a brincar monhé de merd*" Demos por nós numa situação em que ja so havia bilhetes para 2 dias depois! Num rasgo de desespero, inteligencia e desenrasque-tuga: "vamo-nos separar 2 a 2 e tentar de novo porque 8 nao vai dar de certeza"! O primeiro, o Stuve, ja para lá do impaciente: "Listen boss, i want 2 tickets for tomorrow 9.30" "No tickets" "Listen to me, I HAVE TO GO! so get the tickets";"hmm ok, i got 2 tickets for 9.30";"Valenti ele tem, ele tem, vens comigo?";"Siga!"; "Ok boss i want 2 for 9.30";"no tickets, tickets sold";"O QUE? WHAT?"; "your friend..."; olhamos para o lado tava o paulinho a negociar os memos bilhetes com a gaja do guichet ao lado... "Hey o paulinho eu ja tinha visto esses";"ihh já o stuve e agora?;"Ja-kan-pôt" e desta linda maneira tuga... o stuve ganha... ou seja eu tambem ganho! Ja tinha bilhete para as 9.30! E assim 2 a dois fomos arranjando! O paulinho ficou com o das duas da tarde, o fernandinho milagrosamente arranja dois para as 9.30 (aquele mesmo que so havia 2 e o paulinho perdeu em pedra papel tesoura) e o Rui e Ana depois de se debaterem muito lá arranjarem um económico e um 1ªclasse para o das 4 da tarde. Ufa! Siga jantar donuts e hamburguer sem hamburguer! Resumindo lá embarcamos todos às pingas no dia seguinte! Eu, o stuve, o fernando e a bibi eramos os sortudos que iam primeiro! Ah... querem saber?? não havia 1ª classe!

Já no avião...a emoção era outra, sentiamos que estavamos no fim da jornada e a chegada a bali é linda! O Fernando ainda viu g-land a bombar do avião... eu so vi uma fila interminavel de esquerdas a rolar sem parar... mais tarde saberia que eram Uluwatu, Padang Padang, Impossibles, Dreamland e Balangan!


BALI!!FINALMENTE! Aterramos... o ar é outra caracteristica comum destes países de 3º mundo: húmido, pesado e quente! Mas em Bali há muito mais que isso: o cheio a cravinho, fumo, incenso, arroz, doce e até meio enjoativo está impregnado em todo o lado e em todas as pessoas e cola-se à tua pele para só deixares de sentir quando de lá sais! Parece uma marca registada da região! E Bali é completamente diferente de Jakarta... as pessoas abordam-te, não se atiram pa cima de ti! Depois de uma longa tentativa de explicar onde iamos ficar... lá fomos a direcção a nossa casa! Uma casa de indonésios que vão dormir para uns anexos na high season e alugam a sua propria casa! Mas tavamos optimos, principalmente depois daquela viagem!! Conhecemos finalmente o homem que nos arranjou as instalações: João Barbosa, mais tarde reconhecido como Capitão Barbosa! Figura que vou ter o prazer de relatar no proximo capitulo... O João foi jantar connosco, arranjou-nos motas e mostrou-se um grande anfitrião (sim... era como se tivesse em casa)! Lá para a meia noite finalmente o grupo ficou composto! As caras do ultimo grupo a chegar eram de susto, mas tava tudo contente por ter chegado! O Fernando ja tinha dado a sua surfada....mas isso sao historias para a proxima quinta!! O SURF!! nao percam...

quinta-feira, setembro 18, 2008

À Descoberta de Bali: Cap. I - Os protagonistas e a viagem

Antes de começar a relatar aquilo que foi uma jornada de 30 dias em Bali, a ilha dos Deuses e a ilha de várias coisas, convém explicar o formato desta história: Vai ser contada por capítulos, e saem a todas as quintas-feiras. Enjoy


O grupo que inicia esta aventura juntou-se todo no dia 5 de Agosto de 2008 em Lisboa em casa do Tomás Stuve. Convém, se calhar, antes de iniciar este "documentário" fazer a apresentação dos intervenientes, pelo menos daqueles que iniciaram a viagem:
Pedro Valenti: sou eu próprio, 23 anos, amante do desporto há vários anos, mas praticante incansável à apenas quatro. Considero-me um viciado em surf e tem sido com muito esforço que tenho compatibilizado o meu curso em Engenharia Civil com o surf. No entanto, não sendo um talento por aí além, tou sempre pronto para a festa, tema em que me especializo à vários anos. Como podem imaginar...ansiosissimo por esta viagem. Posição de Pés: Regular
Tomás Stuve: 23 anos, meu companheiro da maioria das aventuras dos ultimos anos. O Stuve é daquelas personagens que não se fazem duas iguais. Começou a surfar há 3 anos sem antes saber o que é uma prancha e do alto dos seus 1,96 m tem tido uma evolução notável e baseia o seu surf no "go for it". Hiperactivo, esquizofrénico, imensa presença, relações publicas e quebra corações... se não se safar nas ondas de certeza q há lugar para ele em Bali. Regular.
Paulo Barbosa: Quando comecei a surfar já conhecia o Paulinho de outras andanças, mas o Paulinho que conheci depois do surf é outro. De 24 anos, o Paulo ama e vive o surf intensamente como muito poucas pessoas que conheço. É, talvez, a minha companhia preferida para surfar pois além de "se mandar" é sincero e realista e isso vê-se no seu surf. É o gajo com quem me pico mais e é o gajo que já foi a Bali. Sem floreados e complicações. Regular.
Rui Oliveira: Ruizinho ("fashion" para alguns) é um artista: estuda arquitectura, toca guitarra, desenha e é perito em construir protecção para as pranchas em viagem. Esse seu lado creativo é mais que visivel no seu surf leve, rápido e de manobras. Na minha opinião precisa de descobrir as potencialidades do rail e esta viagem parecia-me boa para isso. Eterno romântico, dono de histórias inacreditáveis. Regular
Fernando Guedes: Se és do Portugal, provavelmente já ouviste falar no Fernandinho mas se és do Porto de certeza que o conheces. É o irmão mais novo do João e o filho do meio do Pai João. Mas o Fernandinho não se esconde na sombra do irmão ou do pai pois encara uma personalidade tão forte como única. Sem dúvida com o surf nas veias, a sua temporada em Cabo Verde deu-lhe um à vontade em ondas pesadas e isso veio a revelar-se em Bali. O Entusiasta. Unico "Goofy".
Ainda seguiriam na "comitiva" Jenny Dutheil - namorada do Paulinho - a Ana Alves - namorada do Rui - e Bibi Cardoso - namorada do Fernando. Estas 3 meninas, que eu prraticamente não conhecia antes da viagem, revelaram um grande espirito aventureiro e uma resistência de louvar. E trouxeram outro "nível" ao grupo.

Feitas as apresentações, lá estavmos todos em casa do Stuve em Lisboa uma noite antes daquilo que seria uma longa caminhada até chegar à indonésia. Os nervos eram mais que visíveis: eu tinha estado uma (ou duas) semanas stressado e paranoico em ter tudo o que precisava: fiz listas, comprei mil coisas, trabalhei, informei, etc. Ou seja faltava só empacotar as pranchas que era o climáx do stress de qualquer surfista que tenha de pagar pelas suas pranchas. Mas o meu stress compensou, pois os outros que tinham relaxado antes da partida tavam agora a dar falta de coisas que precisavam para viajar. O stuve até deixou de levar uma prancha por causa de uma quilha q não saía. Depois de dividirmos irmamente o papel "bolhinhas" e de o artista Ruizinho ter feito uma multiplicação de protecções para as pranchas (o curso ja serviu para alguma coisa) tava tudo pronto para o dia D. As meninas, coitadas, sentaram-se num sofá meio assustadas por ver os rapazes naquele stress sem saber ao certo o que lhes esperava nos proximos 32 dias.
7 - 08 -08 - Aeroporto de Lisboa. O grupo estava todo a horas e pronto para o check in. O check in de viagens de surf é sempre um tabu, coisa que não consigo compreender. Este desporto existe há decadas e sendo as viagens parte integrante do desporto não me parece normal que as companhias aéreas ainda não tenham feito uma legislação especial para transporte de pranchas. Tudo bem que a maior parte dos surfistas abusa da confiança e parte as pranchas para depois cobrar, mas se houvesse um sistema uniforme que combatesse este aspecto escusavamos de andar uns a pagar pelos outros e termos de ver a cara de estupida da atendedora quando dizemos que trazemos pranchas de surf. Enfim... isto era outra historia e 80 euros (que ainda não era mt dinheiro) depois lá estavamos nós na zona de embarque. A viagem era inacreditavelmente longa: Lisboa - Amsterdão - Singapura - Jakarta - e tentar arranjar um low cost de Jakarta para Bali. Os aeroportos de Amsterdão e Singapura são bons o que torna a espera mais fácil e tivemos a sorte de apanhar aviões com televisão pa cada um por isso foi uma injecção de cinema o tempo todo! Resta dizer que há medida que viajávamos parecia estar-mos lentamente a despedirmo-nos do mundo: em Lisboa e Amsterdão viam-se comitivas de atletas para os Jogos Olímipicos, evento que nós sabiamos que não iriamos assistir! Restou desejar boa sorte aos atletas Tugas que estavam tão inteligentemente a saborear um McDonalds mas mesmo assim o nosso Nelson trouxe o ouro pa casa! Em Singapura foi a entrada para outro continente... um ásia muito evoluida a dar 10 a zero a qualquer país europeu! Restava a Indonésia... Jakarta estava na mira e não tinhamos a certeza do que nos esperava. O meu estômago ja me alertava para problemas...mas aventura é aventura e não percam esta na próxima quinta....

segunda-feira, agosto 04, 2008

INDO DREAMS

Depois de Tiago "Saca" Pires ter feito tanta história, ter feito correr tanta tinta, suficiente para me tirar a vontade de continuar a saga que comecei... Aquilo que ele fez este fim de semana passou para lá do heroico, das melhores expectativas, foi digno de uma história de mitologia grega e com certeza que o Tiger - agora com o moustache da moda - já conquistou a sua estrela no nosso céu... Pena Pena foi ele ter-se precipitado e ter feito um fim de semana antes daquilo que eu devia, pois se fizesse um fim de semana depois, dava-me a incrivel oportunidade de ter visto, sentadinho na falésia de Uluwato de Bintang na mão, tal proeza ao vivo! Era ver a história a ser escrita diante dos meus olhos... Pois, assim sendo, a menos de 48 horas de embarcar na longa viagem até à ilha dos Deuses, vai ser tipo visita de estudo: "Foi aqui que o tigre português se tornou famoso ao derrotar o Rei Slater em frente à Selva toda" diz-me um franzino "indoneca" num inglês macarrónico. Mas tou eu a queixar-me de quê?? vou lá estar é o que interessa.... e com sorte ainda pago uma "surbia" ao Tiaguinho no melhor bar de Kuta (espero que seja mais ao contrário, que ele tá cheio de pasta agora). Fiquem mas é atentos ao blog, e numa das vossas ressacas liguem um pc, e eu prometo que vai haver algumas histórias hilariantes e fotos pa vos fazer inveja (ou não... n vá alguem partir uns reefs com o corpo).

..........................................................


Abriu, finalmente, a surf shop ao lado de quem mora na foz! Se moras por esses lados já tens ao lado de casa o essencial para o surf e ainda dispões de roupas de altas marcas, escolhidas a dedo pelo incontornável Rodrigo "Godzilla" Lacerda. Queres saber o melhor?? tá com descontos até aos 40%! Não... ele não me ta a pagar pa eu dizer isto, é mm conselho de amigo. Fica nos prédios nas traseiras do Liceu Francisco Torrinha

...........................................................

O Surfista Rui "Fashion" Oliveira, abriu o seu espaço na internet, onde apresenta o seu trabalho musical muito influênciado pelo soul surf... Para entenderem melhor o que estou a dizer vão até www.myspace.com/thenaturesounds e conheçam o outro lado deste menino que pode ser considerado o jack j tripeiro, eheh! Força Rui

...........................................................

Sebastião "Sebas" Furtado continua a mostrar trabalho e a representar em grande a nossa Região... Depois de Filipe Pessanha ter começado o ano a abrir com bons resultados no início do circuito Esperanças, Sebastião Furtado, a jogar em "casa", abre o livro em Viana e conquista o primeiro lugar do podium livrando-se assim dos fantasmas que o perseguiam nas primeiras etapas. Força puto! Encontramo-nos na Indo.

quinta-feira, junho 19, 2008

Saca Show - Parte I



Uma casa semi-abandonada (não deixando por isso de ser imponente), dois sofás, dois cães, sete ou mais "marmanjos" e um ecrã de laptop (=portátil). Estava montada a sala de "cinema". Filme? "Saca contra ataca", Realizador? ASP, Duração: Indefinida, Género de Filme: Acção/Suspense/Aventura/Drama (veio-se a revelar mais drama que outra coisa). É realmente incrivel o fenómeno LIVE ACT criada pela ASP: Quantas pessoas, de quantos cantos, de quantos diferentes fusos horários, de quantas cores estarão a ver aquilo que eu estou a ver? Quantos estão como eu, acompanhado de mais uns quantos? Quantos estão a torcer por alguém? Quantos da familia do Saca? e do Andy? E do Kelly? E do Rodrigo Dornelles? Ninguém sabe, e acredito que nem a própria ASP deve ter noção do impacto que a transmissao em directo tem no mundo... e se tem... alguem está certamente multi-mega-milionário. Adiante...vamos à hisstória do filme: O protagonista, Tiago Pires, conhecido por Saca num país pequeno, em que surf ainda é (porque é) um desporto marginal, é o maior dos marginais, idolatrado por todos os marginais portugeses... de todos os aspirantes a gangster Saca é o "Gangster Gangster" Luso.

Acontece que o nosso heroi compete com os maiores Gangsters do Mundo, e sofreu muito para estar onde hoje está: Dream "Gangster" Tour. É um campeonato que anda a volta dos melhores locais do mundo e define o melhor Gangster do Mundo! A primeira perna, em dois dos melhores locais gangsterianos da Australia (Deluxe PIMP Zone), não tinha corrido muito bem ao nosso heroi...vinha de duas derrotas seguidas na primeira fase! O povo tuga, já começava a ver o filme todo, mas heis que o nosso heroi foi a um PIMP Party do Qualifying Gangs e partiu a loiça toda!! Por isso as coisas tavam muito expectantes para aquela que é considerada a "barra mais pesada" de todas: Zona T (Teahuppo duh!). O nosso heroi, sempre afirmou q o seu forte eram direitas de point break, pelo que ele n era favorito para a zona T. Mas, eu estava a ver este filme com dois gangsters que são aquilo que todos queremos(ou queriamos) ser:gangsters profissionais! E um ele deles logo me disse: Atençao que o Saca parte tudo de backside! E eu fiquei na minha a pensar: "este gajo n sabe o que diz!" Mas muito me enganei... Só não partiu tudo, como o Saca passou com distinção, o primeiro round! Para o 2º round a coisa na tava fácil: Saca vs MR. J Parko, um dos mais temiveis gangsters do planeta! Lá estavamos nós todos apertados a espreitar para aquele cubiculo, quando de repente, do nada, o nosso heroi saca um 10 do seu pimp hat, deixando meio mundo de boca aberta! Mr Parko ficou tão atarantado que n fazia uma de jeito. Mas... estamos a falar de Gangster shit, por isso nunca se pode confiar num gangster, principalmente quando é um dos melhores do mundo. Vendo a sua vvida a andar pa trás, Parko recorreu ao golpe sujo artimando um esquema de prioridades onde o Saca caiu que nem um patinho. Interferencia, pelos vistos das piores (nenhum gangster profssional me soube explicar muito bem), esqueçam a segunda onda...ou seja, nem que ele saque outro 10 se safa, muito estranho. Mas lá está, é o sub-mundo marginal, é pa gangster, feito por gangsters... se queres mandar, vais ter q fazer muito trabalho sujo. Parko já afiava os dentes pois sabia que ia passar (?), mas o nosso heroi...que ja me tava a deixar com a lágrima no olho... Atira-se dum penhasco, sem mãos, à big boss, e simplesmente diz ao Parko: "Se não tivesses as costas quentes, tinha-te dado um "coçório" que até andavas de lado"... e baza cheio de basófia.



TO BE CONTINUED...