Uluwatu....
Não sei até que ponto é correcto começar por esta onda balinesa. Ela merecia sem duvida um destaque maior, pois é de longe a onda rainha desta ilha. Muitos podem desconfiar desta minha afirmação pois Uluwatu não é a melhor onda de Bali, não é a mais dificil e eu nem sequer metade das ondas da ilha surfei por isso eu admito que arrisco ao afirmar que Uluwatu é, sem dúvida, a onda rainha na ilha de Bali.
Vamos ao meu ponto de vista - relembro de um mediocre, mas apaixonado, surfista o que em Bali faz com que sejas dos piorzinhos:
Uluwatu foi a primeira praia a que fui, melhor, a que fomos, nesta nossa aventura. Já muito tinha ouvido e lido sobre esta onda. Sempre "altas ondas", "mesmo fácil", "tubos" e "mesmo comprida" foram as expressões que mais ouvi, por isso era normal que a ânsia daquela manhã fosse muita. Mas de todas as expressões que me tinham dito eu vou acrescentar mais uma: "alta entrada na praia"! A praia tem duas entradas uma mais a sul e outra mais a norte sendo relativamente perto uma da outra geograficamente, mas que a pé fica mesmo longe. Qual das entradas a mais bonita? Não sei dizer. A primeira, que vou chamar a da frente, utilizei poucas vezes pois tem daqueles parques - "parkir" - em que te é impossivel escapar ao pagamento (sendo 10 centimos ou nao) e dá acesso ao prinicipal hotel de Uluwatu sendo a entrada feita por cima da praia dando também acesso directo aos "warungs" encastrados na falésia com as suas esplanadas boas demais pa recusar um pequeno almoço a 2 euros. A segunda entrada é aquela que para mim é a mais mítica. É uma longa descida em escadas (tudo bem enquanto é descida) que permite que vás a admirar a onda por entre dois montes num "V" que dá para uma das melhores partes da onda.
Depois de passares a casa de banho da praia e a zona onde os macacos te roubam, tens aquilo que parece um centro comercial feito em madeira e palha. São surf repairs, lojas de surf, lojas de fotografias e "warungs" (ndr cafés) por todo o lado numa amálgama semi-organizada mas que faz a delícia de todo o surfista que tem quase tudo o que precisa à mão de semear. Escolhes um warung, um surf repair e uma loja de fotos favorita e tás em grandes amizades com o/os donos desses estabelicimentos mas tb podes ter a certeza que os outros não te vão perdoar a "traição". Estou a exagerar claro... se há coisa que reina em Uluwatu é muita tranquilidade.
Vamos agora àquilo que todos os que deslizamos em cima da água queremos ouvir: como é a onda? e o crowd?. Ok ok... já lá vamos. Primeiro resta dizer que de praia, Uluwatu não está muito bem servida sendo que a unica areia que existe é um pequeno areal por baixo dos warungs que fica sem acesso quando a maré sobe. Também destaque para a gruta que é onde entramos para a àgua... uma entrada que há primeira te faz subir a batida do coração e à centésima ainda te faz subir a batida do coração... não por medo, mas por toda a "magia" que envolve esta entrada.
Cá estamos, a onda. Pois, ao contrário daquilo que sempre imaginei, Uluwatu não é uma onda... são várias ondas, vários picos de esquerda, diferentes entre si e que dizem que quando as condições se reunem transforma-se num ondão sem fim cheio de secções diferentes. Não sei por onde começar, até porque me pareceu não haver um consenso com todos os nomes dos picos mas vou enumerar do inside para o outside aqueles que eu percebi onde eram. Então tudo termina no inside numa secção chamada Race Track, rápido, com parede e tubular... se tiveres tomates e velocidade vais tirar tubo certo na maré a vazar e podes desenhar linhas (não grandes manobras) na maré a encher. Segue-se The Peak, aquela que para mim era a secção mais perfeita (e com mais gente claro) de todas: tubo de filme na meia maré e parede pa manobrar na maré cheia desaparecendo na maré vaza. Entre The Peak e Temples fica uma zona com um ou dois picos, dependendo da maré onde normalmente as pessoas estão mais dispersas e na maré cheia podes apanhar ondas até perto da areia. Não sei se há nome pa esta secção mas foi la que passei grande tempo sempre que surfei em Uluwatu. Temples é uma secção que fica longe da entrada pela gruta havendo uma outra entrada que nunca descobri. Dado à remada longa nunca me aventurei por lá mas pareceu-me ser a secção mais comprida e rápida de Uluwatu, o que visto de lado tornava uma visão de filme. Aliás isto é muito comum em Bali: ondas compridas são normalmente muito mais rápidas tornando-se em ondas lindas pa fotografar e filmar, mas dificeis e chatas de surfar quando não tens a velocidade que devias. Para terminar, lá fora quebram Outside Corner e The Bombies... nunca vi estes picos a funcionar plenamente pois nunca apanhei um swell verdadeiramente grande, mas reza a lenda que quando funcionam tornam-se num hino às ondas grandes e perfeitas e todos os picos acima mencionados desaparecem.
Quanto a crowd... bem, esqueçam!! Nunca vi tanta gente dentro de àgua, pior, nunca vi tanta gente a surfar tão bem dentro de àgua!! Os locais surfam pa caralho e não te andam lá a oferecer ondas, os australianos tão na sua mas remam tanto e surfam tanto que uma competição com eles é pa saires frustrado da àgua e os brasileiros, que também tão sempre em grande número, são o tipico brasileiro que conhecemos: ou são os maiores castiços ou é um campeão de jiu-jitsu mal encarado. Mas normalmente o tuga é bem recebido (não fosse essa a nossa arte). Tens de ter montes de paciência, ser rato e discreto. Regra de ouro: quando cais drop a tua credibilidade também cai e fica mais dificil apanhar ondas, mas se fazes uma onda com manobras ou se tirares um tubo... a surfada passa a ser tua. Não há cá manhosices... tens o que mereces, mate!
E chego ao fim deste relato sobre Uluwatu... e ficou tanto por dizer. Esta foi a onda que mais surfei, que mais curti e que mais evoluí na indo! Foi também a onda em que mais caí, mais desesperei e mais mal tratei a prancha. Atenção ao take-off sugante (ver capítulo anterior) e ao coral na maré vaza, na maré cheia é muito tranquilo e nem vale a pena levar botinhas. Foi aqui que o Fernandinho tirou altos tubos e é a onda que eu, o Stuve, o Xico e o Paulinho mais curtimos.
Não percam em breve a próxima onda: Balangan.
Palavras-chave Uluwatu: alta entrada, drop dificil, manobrável, tubos, vários picos, facil de mare cheia, atenção à maré vaza, muito crowd.
quarta-feira, novembro 05, 2008
À Descoberta de Bali: Cap. V - Uluwatu
sexta-feira, outubro 10, 2008
À Descoberta de Bali: Cap. IV - Reaprender a Surfar
Concentração no drop: Esta parte está obviamente ligada e de
E por fim, Tomates de Aço: pois inevitavelmente este é um aspecto que tens que ter se realmente queres curtir as ondas à séria. É muito simples: podes ter os outros 3 aspectos que te disse acima e não ter este que nunca vais sentir Bali em pleno mas se tiveres este e nem tanto dos outros arriscas-te a tirar o tubo da tua vida. A questão passa mesmo por aí... não é só remares e dropares a maior do dia (o que não vai acontecer), e nem é tar grande e entrares (embora esse seja o primeiro passo), é quando, estiveres frente a frente com a parede e comçares a vê-la levantar-se demasiado lá à frente meteres pa dentro em vez de acelarares. Mesmo sabendo que provavelmente vais ficar lá dentro e que o teu amparo é o reef de coral, sem esta atitude podes ter a certeza que não vais passar dos chapelinhos. Creio que este foi o ponto que mais me faltou! De todas as coisas uma é certa: se te disseram que foram a Bali e tiraram altos tubos a toda a hora, é simples: tás a ser engan
Daqui vamos partir para o próximo capítulo: Uma breve descrição das ondas que surfei!
Ate lá!
Fotos: 1-Onde é que isto parece rápido? 2-Drop mega concentrado de Francisco P.Basto 3- Ou Toca ou Foge 4 - Fernando opta por dentro, e opta muito bem!
domingo, outubro 05, 2008
À Descoberta de Bali: Cap. III - O choque do Surf
Finalmente todos instalados.... a palavra de ordem era uma só: SURFAR! Para além de todo o cansaço, paciência e sacrificio que a viagem acarreta, ela própria torna-se num "injector" de pica infalível: imagina-te a atravessar o mundo em 48 horas para saberes que vais apanhar altas ondas, melhor... que vais para um dos sítios mais famosos para praticares aquilo mais gostas! Pois é... estavamos assim, a sonhar com as ondas. Para piorar a situação o Fernandinho já tinha ido para àgua surfar um final de tarde em Uluwato numa espécie de surfada-cortesia com o nosso anfitrião João Barbosa. PAUSA. João Barbosa é uma daquelas pessoas que merece pelo menos um parágrafo.
quinta-feira, setembro 25, 2008
Quick Bites!
Pois é pessoal... o blog está de volta!

À Descoberta de Bali: Cap. II - A chegada e o 1º impacto
Como referi no capítulo anterior... Singapura foi o primeiro impacto com a Ásia, o primeiro de sempre para alguns, a repetição para outros! Tudo bem que Singapura é a Ásia para bebés (com muito dinheiro de preferência) e que o aeroporto não equivale em nada a ir visitar o país, mas, como tivemos que oficialmente dar entrada no país e ir buscar as pranchas e malas para depois de novo check in voltarmos para a zona de embarque. Isto serviu para ver muita gente de olhos em bico (literalmente), para provar o ar húmido da rua e, muito importante, para compreender que na Ásia não é só arrozais e ruas em terra... Singapura, por exemplo tá muito à frente da maior parte dos países da Europa.
quinta-feira, setembro 18, 2008
À Descoberta de Bali: Cap. I - Os protagonistas e a viagem
Antes de começar a relatar aquilo que foi uma jornada de 30 dias em Bali, a ilha dos Deuses e a ilha de várias coisas, convém explicar o formato desta história: Vai ser contada por capítulos, e saem a todas as quintas-feiras. Enjoy
segunda-feira, agosto 04, 2008
INDO DREAMS



quinta-feira, junho 19, 2008
Saca Show - Parte I
